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[Filler Simples] Olhos do Destino - Parte um

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Olhos do Destino
Parte 1

Idade de Maquiavel na História: 15 Anos

Era noite. O luar não podia ser visto, estava escondido covardemente sobre a neblina que, a essa altura, transformou – se no rei desse céu escuro e sem nuvens. O silêncio imperava, de maneira deliciosa e sutil. Os poucos ecos que poderiam ser ouvidos eram de animais pequenos, criaturas noturnas, que usam as sombras para caçar e sobreviver. A calmaria era nítida, quase assustadora para alguém como eu.
Meus olhos estavam capturados por palavras desenhadas em páginas grossas e com aroma arcaico. O livro que eu segurava era relativamente pesado, sua capa roçava na ponta de meus dedos de forma desconfortável e irritante. A leitura, por outro lado, era extremamente prazerosa e penetrante. A Arte das Ilusões, artigos densos e bem trabalhados sobre como o cérebro humano divide o real e o irreal.
Meus dedos suavemente passavam de página para página, absoltos na leitura que não se importava com o tempo ou espaço. A realidade se perderá por um fugaz instante enquanto eu lia as frases gravadas de forma concentrada e aprofundada. Era quase como um pequeno transe, minutos aonde apenas minha mente existia e nela, minhas analises aconteciam sobre tudo que eu via ou ouvia.
Mas, de maneira súbita, um barulho me trouxe mais uma vez para os ventos da realidade. Era um tom cortante, fazendo um eco constante que passeia por breves momentos pela extensão da sala onde eu estava. O cenário era branco em sua maioria, das paredes aos moveis de semblante confortável que o preenchia. O som se repetiu novamente, um pouco mais impaciente e inquietante na sua segunda vez. Era a companhia sendo tocada de forma aparentemente controlada e ponderada.
Levantei-me do sofá aconchegante do qual estava sentado, andando de maneira tímida e cautelosa. Abrir a porta sem cerimônia, a maçaneta estava particularmente gelada quando a girei de uma forma que esboçasse sutileza em meus movimentos. À medida que a porta era aberta, um semblante humanóide vinha tomando forma perante meus olhos. Aos poucos ficará claro do que se tratará.
Uma garota. Asami Yamato.
Perco bons segundos sendo fisgado pelos seus olhos donos de uma singularidade. Sua cor, profunda e única, é desenhada em um tom que freta com um violeta escuro misturado com retoques de um azul noturno. O sorriso é escrito em seus lábios de maneira sutil enquanto sua boca, minimamente acanhada e sem jeito, pensa sobre que palavras darem vida e quais devem ser esquecidas.
- Boa Noite, Maquiavel. Pronto para a noite de filmes?
Meu rosto permanece firme, sem nenhuma alteração visível. Algo que não gera estranheza por parte da jovem em minha frente.
- Perdoe – me, o compromisso fugiu de minha mente.
Ela riu de forma suave, deixando emanar sua naturalidade com a situação. Sua mão, de tom pálido, correu para tentar impedir a propagação de seu riso em vão. Ainda um pouco ofegante, seus lábios começaram a se mexer mais uma vez.
- Mesmo depois de anos, você ainda me trata com tanta formalidade?
O seu sorriso apareceu novamente, desta vez mais extrovertido e com leves toques de diversão.
- Desculpe – me, Asami. Por favor, entre.
Revirando os olhos a garota riu, respondendo em um tom de alegria misturado com sarcasmo:
- Noite de filmes com um garoto robô... Essa vai ser uma longa noite.
---
O eco era discreto, invisível para os ouvidos ordinários. Era o grito contido do bater de uma espada se aproximando em passos lentos e sem pressa. Sua respiração está contida, silenciosa como os ventos mudos dessa noite. Os olhos se encontram fixos em seu alvo, não admitindo nenhum vacilo de sua parte. Os lábios, já secos e com sede, sussurravam contos de terror e orgulho ausentes de qualquer pudor ou censura.
A imagem dele é bastante nítida em meus pensamentos. Um homem alto que ostenta sua armadura pateada por onde passa. Em suas mãos firmes, segurava uma lâmina afiada e cuidada com esmero pelo seu mestre. Os pés não se mantêm calados, cada nova pegada é um brando de sua armadura metálica esmurrando esse chão sem qualquer sinal de piedade ou remorso.
Ele não deseja ser discreto, por traz de sua enorme mascara de metal se encontra um olhar confiante, certo que voltará para casa com uma katana coberta de sangue. Apenas continua a caminhar, observando cada cômodo dessa casa com um semblante descontraído, ciente da vantagem que tanto possui ao seu alcance.
Estou ao escuro, o escutando com meus ouvidos em alerta. Apaguei as luzes de meu quarto em uma fraca tentativa de ganhar alguns segundos preciosos. Tudo que vejo agora é graças a esses olhos avermelhados que não temem as sombras e tão poucos são detidos por meras paredes de concreto. Em contra partida, respirando nervosamente, minha amiga se encontra aflita ao meu lado.
Seus olhos, expressivos, se misturam entre medo e coragem. Seu lábio calado não precisa se pronunciar, somente com seu olhar possa saber que a mesma não planeja se render sem luta. Seus dedos dançam de maneira sutil, segurando uma Kunai com firmeza e determinação apesar de tudo.
A porta abriu. A paz acabou e o inferno começou.
Fim da Pare Um

Otsutsuki


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